História

domingo, 29 de junho de 2014

James Rodríguez, o craque da Copa


O ponto forte da Colômbia é o jogo coletivo. Mas não tem como não destacar James Rodríguez, camisa 10 do time, e um dos melhores jogadores da Copa do Mundo até o momento. Meia de ótima qualidade técnica, James chegou ao Mundial com a obrigação de chamar a responsabilidade após o corte de Falcao García. E até agora, vem conseguindo. 

Neymar, Robben, Messi, Benzema, Müller. Todos eles vem jogando muito, sendo decisivos para suas equipes. Mas nenhum deles está no nível do camisa 10 colombiano, que aos 22 anos, guia sua seleção a sua melhor participação em Copas do Mundo.  Depois de 16 anos fora de uma Copa, é a primeira vez que a Colômbia avança às quartas de final. 

A Colômbia já disputou 10 jogos na Copa e marcou 11 gols. Foram oito na Fase de Grupos e dois nas Oitavas de final. James Rodríguez, titular em três desses jogos (ficou no banco apenas no jogo contra o Japão, mas entrou no decorrer da partida), teve participação em sete gols do time, com cinco tentos anotados e duas assistências.

Muitos comentaristas tem insistido que James Rodríguez pouco participa do jogo, que aparece apenas na hora de definir com um passe em profundidade ou para finalizar, como foi no segundo gol contra o Uruguai. Mas as estatísticas dizem o contrário. O camisa 10 é quem mais acerta passes no time (110) ao lado do lateral direito Camilo Zuñiga. 

James também é sempre procurado pro seus companheiros, que confiam em sua qualidade e capacidade para decidir uma jogada. Contra o Uruguai, que mais procurou o camisa 10 durante o jogo foi o volante Abel Aguillar, que deu 10 passes para meia, enquanto o lateral esquerdo Armero procurou James oito vezes para lhe entregar a bola. 

Além disso, James Rodríguez é um dos que mais se movimenta no time. Seja no 4-2-3-1 usado durante toda a Fase de Grupos ou no 4-4-2 que Pekerman armou contra o Uruguai. James sempre procura se apresentar ao jogo, participando constantemente da criação. O mapa de calor do meia no jogo contra o Uruguai, pelas oitavasde final, é uma boa prova. 



Nos últimos anos, tem se falado muito que o craque do time também tem que ajudar na marcação, e James Rodríguez vem levando isso muito a sério. Mesmo sendo o meia de criação do time, James terceiro jogador do time com mais desarmes certos (6), atrás apenas do lateral Zuñiga e do zagueiro Yepes, ambos sete desarmes certos. James Rodríguez é também o jogador da Colômbia que mais acerta cruzamentos na Copa (6) e o segundo com mais dribles certos (9).  


HISTÓRIA 

  • James Rodríguez se tornou o décimo primeiro jogador a marca gols em todos os seus primeiros quatro jogos de Copa do Mundo, igualando Stábile (1930), Leônidas (1934-1938), Sarosi (1934-1938), Ghiggia (1950), Probst (1954), Kocsis (1954), Fontaine (1958), Bene (1966), Gerd Müller (1970), Cubillas (1970) e Vieri (1998).
  • James Rodríguez é apenas o segundo colombiano a marcar gols em fase mata-mata de Copa do Mundo, depois de Redín em 1990. 
  • Com cinco gols e duas assistências, James Rodríguez supera Valderrama (um gols e quatro assistências) como jogador colombiano que mais participa de gols em toda história do Mundial. 

Estatísticas foram tiradas dos sites Footstats e squawka, enquanto os datos históricos foram tirados do twitter @2010MisterChip 


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Destaques do "Maracanazo" chileno

Foto: Emol

Nesta quarta-feira (18), o Chile venceu a Espanha por 2x0 e garantiu sua classificação às oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. Essa é a nona participação da seleção chilena em Copas do Mundo e é apenas a quarta fez que passam da primeira fase, igualando os feitos de 1962 (terceiro lugar), 1998 (oitavas de final) e 2010 (oitavas de final). 

Ao contrário da estreia contra a Austrália, em que atuou com uma linha de quatro na defesa, Sampaoli mudou a formação do time, sacando Valdivia e entrando com o zagueiro Francisco Silva, passando a atuar com três defensores, formação que deu certo durante as Eliminatórias, mas que gerou desconfiança após os últimos amistosos. 

A escalação inicial foi: Claudio Bravo; Gary Medel, Francisco Silva, Gonzalo Jara; Mauricio Isla, Marcelo Díaz, Charles Aránguiz, Eugenio Mena; Arthur Vidal; Eduardo Vargas e Alexis Sánchez

No 3-4-1-2, o Chile manteve o estilo que caracterizou a seleção durante as Eliminatórias, quando Sampaoli assumiu o comando técnico. O que mais impressionou ao público foi a marcação-pressão realizada durante toda a partida no campo de defesa adversário, obrigando a Espanha a se livrar da bola com rebatidas para o meio-campo. Nessa marcação pressão, ocorre o encaixe-individual, onde cada jogador marca alguém do time adversário e vai com ele até o final da jogada. 



Na marcação pressão do flagrante acima, a seleção chilena obriga o time a recuar a bola para o goleiro Casillas e, fechando suas opções de passe para sair jogando, o obriga a isolar a bola. Isso se repetiu durante toda a partida. 

A mudança para o 3-4-1-2, deu ao Chile a opção de abrir mais o jogo com os alas. Isla na direita e Mena pela esquerda, foram importantes válvulas de escape da também marcação espanhola. Sem a bola, ambos recompunham a linha dos três zagueiros, que virava uma linha de cinco. Ofensivamente, o ala mais acionado foi Isla, que foi importante no apoio ao atacante Sánchez pelo lado direito. Os dois juntos trocaram 13 passes, todos no campo de ataque. Na marcação, destaque para Mena responsável por 6 desarmes e líder do jogo nesse quesito. 

O primeiro gol saiu aos 20' do segundo tempo, em uma roubada de bola no campo de defesa espanhol, que teve passe de calcanhar de Vidal para Sánchez que, com extrema categoria, tocou para Aránguiz rolar para Vargas na cara do gol, driblar o goleiro Casillas, e abrir o placar no Maracanã. 

O lance do primeiro gol foi um belo exemplo do que foi o Chile na partida. Apertou a marcação no campo de ataque, tomou a bola no campo de ataque e contra-atacou em velocidade.

Aos 46' minutos da primeira etapa, Sánchez cobrou falta na entra da área, Casillas espalmou e Aránguiz, acertando um belo chute de trivela no ângulo esquerdo, ampliou o placar no Maracanã, abatendo ainda mais o time espanhol. 


No flagrante acima, o 3-4-1-2 do Chile. Nas setas pretas estão os dois alas, enquanto no circulo amarelo temos Vidal que com a ausência de Valdivia fez a função de principal armador do time. Caindo mais pelo lado direito, Vidal procurava constantemente as tabelas por aquele lado, seja com Isla ou com Sánchez, jogadores que mais receberam passe do meia. 

Na reta final do segundo tempo e com o resultado praticamente garantido, Sampaoli fez algumas substituições, mas sempre colocando jogadores da mesma posição e com características ofensivas, como quando sacou Aránguiz e colocou o jovem Gutiérrez, de 23 anos. As outras alterações foram Carmona no lugar de Vidal e Valdivia no lugar de Vargas, autor do primeiro gol. 

Subestimado por muitos, Marcelo Díaz fez uma partida monstruosa. Primeiro volante do time, é o responsável por fazer a transição entre a zaga e o meio-campo, Com apenas seis passes errados em todos o jogo, Díaz foi o meia da seleção chilena com melhor aproveitamento no passe (83%).

Um dos grandes destaques do jogo foi o zagueiro Gary Medel, que ao contrário do jogo contra a Austrália, que levou a pior em quase todas as jogadas de bola aérea, conseguiu encaixar seu jogo com o estilo do time espanhol, que dá preferência pelo toque de bola e pouco utiliza as jogadas aéreas.

Apenas Diego Costa lhe dava trabalho nas jogadas aéreas e disputas corpo a corpo. Mas mesmo contra um centroavante alto e mais forte, Medel conseguiu levar a melhor na maioria dos lances. Segundo dados do site Footstats, o zagueiro chileno realizou quatro desarmes e rebateu 18 bolas. Contra o centroavante brasileiro naturalizado espanhol, Medel ainda conseguiu ganhar dois duelos pelo alto. 

A classificação chilena às oitavas de final não é nenhuma surpresa. Quem viu a evolução que o time sofreu após a saída de Borghi do comando técnico e a chega de Sampaoli, notou a enorme mudança que o time sofreu durante esse percusso. Na próxima rodada, La Roja enfrentará a Holanda, confronto que definirá o primeiro colocado do Grupo B. Quem passar em segundo, pegará o primeiro colocado do Grupo A, que deverá ser o Brasil. E pelo histórico, o Chile deve fazer de tudo para evitar pegar os anfitriões já na próxima fase. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Algumas curiosidades sobre os 400 gols de Cristiano Ronaldo



O ano de 2014 começou como terminou 2013 para Cristiano Ronaldo. O atacante português atingiu a expressiva marca de 400 gols na carreira nesta segunda-feira na vitória do Real Madrid sobre o Celta de Vigo por 3-0. Com os dois gols anotados na vitória, Ronaldo também ultrapassou Diego Costa e é o novo artilheiro do Campeonato Espanhol com 20 gols. 

Parece que o ano de 2014 não vai ser diferente de 2013, em que o gajo terminou como artilheiro do futebol internacional com 69 gols. E todos esses números só o favorece ainda mais na disputa pelo prêmio da Fifa de melhor do mundo, que ocorre na próxima segunda-feira (13), em Zurique. O português concorre com o francês Ribéry e com o argentino Messi. 

Com todos esses fatores, fiz uma lista com estatísticas e curiosidades sobre os 400 gols do atacante português:

1- Números de Cristiano Ronaldo como profissional: 652 jogos oficiais, 400 gols e 110 assistências

2- Com os dois gols, Cristiano Ronaldo é o jogador do Real Madrid com mais "dobletes" na La Liga, 30, superando os 29 do espanhol Raul.

3- O atacante português chegou a marca de 166 gols pelo Campeonato Espanhol, ultrapassando o mexicano Hugo Sánchez, que anotou 164 vezes. Com isso, Ronaldo é o quarto maior artilheiro do Real na competição, atrás somente de Raul (228), Di Stéfano (216) e Santillana (186). 

4- Países onde Cristiano Ronaldo mais marcou: Espanha (207), Inglaterra (111), Portugal (28), Alemanha, Holanda, Suíça e Turquia (5).

5- Camisas com qual Cristiano Ronaldo já anotou: número 7 (342 gols), número 9 (33 gols), número 17 (20 gols) e número 28 (5 gols).

6- Gols de Cristiano Ronaldo por competição:166 no Campeonato Espanhol, 84 na Premier League, 59 na Liga dos Campeões, 17 na Copa do Rey, 15 nas Eliminatórias da Eurocopa, 15 nas Eliminatórias da Copa do Mundo, 13 na FA CUP, 9 em amistosos da seleção portuguesa, 6 na Eurocopa, 4 na Carling Cup, 3 no Campeonato Português, 3 na Supercopa da Espanha, 2 em Copas do Mundo, 2 pela Taça Portugal, 1 no Mundial de Clubes e 1 nos Playoffs da Liga dos Campeões. 

7- Jogos e gols por time e seleção: Sporting (31 jogos e 5 gols), Manchester United (292 jogos e 118 gols), Real Madrid (221 jogos e 230 gols) e Portugal (109 jogos e 47 gols). 

8- Cristiano Ronaldo já marcou gols contra 109 times diferentes. Suas 15 maiores vítimas são: Sevilla (15 gols), Getafe (13 gols), Barcelona (12 gols), Málaga (12 gols), Athletic Bilbao (11), Aston Villa, Villarreal, Levante, Real Sociedad e Celta de Vigo (9), Tottenham e Atlético de Madrid (8), Fulham, Ajax e Valencia (7) 

9- Gols por jogos: 1 gols em 170 jogos, 2 gols em 75 jogos, 3 gols em 24 jogos e 4 gols em 2 jogos. 

10- Números de Cristiano Ronaldo com a camisa do Real Madrid: 221 jogos, 230 gols e 56 assistências. É o quinto maior artilheiro do clube, atrás de Raúl (323), Di Stéfano (308), Carlos Santilla (290) e Puskás (238).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Sir Bobby Charlton



Bobby Charlton: melhor jogador da Europa em 1966, símbolo do Manchester United de 1954 a 1973. Pela seleção, de 1958 a 1970, foi quem melhor envergou a camisa do English Team.

Boby Charlton nasceu em Ashington, cidade famosa por sua minas de carvão. E desde criança começou a se envolver com futebol. Em 1953, com 15 anos, foi descoberto em um amistoso entre equipes escolares de Northumberland por Joe Armstrong, olheiro do Manchester United que tinha como objetivo garimpar futuros talentos para, Matt Busby, o então técnico do time na época. No ano seguinte, já estava no time profissional.

Estreou no time profissional com 18 anos, fazendo dois gols. O adversário, por ironia chamava-se Charlton. Na temporada seguinte, foi um dos destaques do time que conquistou o Campeonato Inglês com 64 pontos, com oito de vantagem para o segundo colocado Tottenham. Charlton marcou 10 dos 103 gols do time.

Em 6 de fevereiro de 1958, aconteceu um dos fatos mais tristes da história do futebol. A delegação do Manchester retornava de avião para a Inglaterra após se classificar para as semifinais da Liga dos Campeões da UEFA, ao empatar em 3 a 3 com o Estrela Vermelha. Mas o avião, um Airspeed AS-57 da British European Airways, em sua terceira tentativa de decolagem após uma aterrissagem para abastecimento, não consegue alçar voo e bate em uma colina próxima à pista do aeroporto internacional de Munique Riem. Das 44 pessoas na aeronave, 23 morreram em decorrência do acidente, entre eles o atacante Duncan Edwards, de 21 anos, o mais promissor da nova geração inglesa.

Dos sete sobreviventes estavam Boby Charlton e o centroavante Dennis Viollet. Os dois trocaram de poltrona com os companheiros Tommy Taylor e Daviud Pegg, que tinham ficado muito nervosos com as três tentativas prévias de decolagem abortadas. Se sentiam mais seguros se estivessem no fundo do avião. Ao tentar decolar, a aeronave bateu numa cerca e caiu. Chartol e Violett foram atirados ao solo ainda presos nas poltronas.

Depois de alguns meses da tragédia e ainda tentando esquecê-la, Charlton fez sua estreia pela seleção num jogo contra a Suécia, que terminou com a vitória do English Team por 4x0. Mas em marcar, Bobby teve uma ótima atuação que garantiu sua presença na Copa do Mundo de 1962, disputada no Chile. Bobby foi titular nos quatros jogos da seleção naquele mundial e marcou um gol na vitória por 3x1 sobre a Argentina pela fase de grupos.

No ano seguinte, 1963, conquistou sua primeira taça com a camisa dos Diabos Vermelhos sendo titular e um dos pilares do time. Foi a Copa da Inglaterra, vencendo o Leicester por 3x1. A temporada seguinte, 1964-1965, era ainda mais promissora. Com George Best e Denis Law, que tinham sido contratos em 1960, já estavam mais adaptados e, junto a Bobby Charlton, conduziram o United a naos gloriosos.

Naquela temporada, o time conquistou o Campeonato Inglês no saldo de gols. Com 26 vitórias, nove empates e sete derrotas em longos 42 jogos, o time foi campeão inglês graças à média de gols, pois o Leeds United, que terminou com a mesma pontuação. Os Diabos Vermelhos marcaram 89 gols e sofreu 39 contra 83 gols pró do Leeds e 52 sofridos. O título inglês veio junto com o caneco da Supercopa da Inglaterra, quando a equipe dividiu o título com o Liverpool após empate em 2 a 2. Campeão nacional, o Manchester ganhou o direito de disputar a Liga dos Campeões da UEFA de 1965-1966. Na temporada seguinte, o time priorizou a Liga dos Campeões e não conquistou nehum título nacional. Na competição internacional, o time caiu nas semifinais para o Partizan após perder por 2 a 0 o primeiro jogo e vencer por apenas 1 a 0 na volta.

1966 era época de Copa do Mundo e a Inglaterra, mais uma vez, se sentia na obrigação de ganhar, afinal, foi ela quem inventara o futebol em 1893 e, até aquele ano, não soubera muito bem o que fazer com ele em nível planetário.

E foi logo na Copa que Bobby Charlton alcançou seu auge, onde jogou todas as seis partidas e marcou 3 gols. Foram gols decisivos. O primeiro foi contra o México, ainda na Primeira fase. Depois de um bom começo e uma quartas de finais com jogos sem muitos sustos, o time chegou à semifinal. O adversário? A seleção portuguesa, que contava com o craque Eusébio, um dos melhores do mundo naqueles anos e que tinha marcado oito gols nos quatro jogos anteriores. Num contragolpe, aos 31 minutos, belo lançamento de Wilson para Hunt, que ganhou na corrida do zagueiro Batista, bateu na saída do goleiro José Pereira e, no rebote, Bobby Charlton abriu o placar. Já no segundo tempo, aos 34 minutos, Charlton amplia o placar em bobeada da zaga lusitana.

A final foi contra a Alemanha. E, mas uma vez, o nome do jogo foi Bobby Charlton, mesmo sem fazer gol. A vontade de levar o inédito título para casa era tanto que  aceitou a ideia do técnico Alf Ramsey, de mais marcar Beckenbauer na final do que fazer seu jogo. No 4-4-2 usado na Copa, Charlton jogava no meio, junto com Stilles. Mais abertos, como meias-extremos, jogavam Ball, na direita, e Petrs, na esquerda.

O placar do jogo foi 4-2 para o English Team, com Charlton passando em branco em gol, mas nem por isso deixou de ser reconhecido pela humildade de se doar pelo time. E isso o fez ser ainda mais respeitado pelo seus companheiros. E também pelos rivais.

Após a Copa, recebeu a Bola de Ouro da revista France Football e da Fifa graças à campanha inglesa, que terminou com a conquista do título, sendo Charlton um dos grandes responsáveis.

Dez anos após o desastre aéreo de Munique, o Manchester United conquistou a Europa, conquistou a Liga dos Campeões da UEFA de 1967-1968. Depois de eliminar  Hibernians, de Malta, Sarajevo e o Górnik Zabrze, e o Real Madrid na final. Na final, bateram o poderoso Benfica por 4x1 na prorrogação, no estádio Wembley. No jogo, Charlton marcou dois gols, sendo o grande nome daquela final, que também era o encontro com Eusébio, seu adversário na Copa do Mundo de 66.

Depois de conquistar a Europa, o time começou a cair de produção, com seu principais jogadores já não rendendo o mesmo de temporadas atrás, inclusive Bobby Charlton, que mesmo assim, aos 32 anos, foi convocado para a Copa do Mundo de 1970, disputada no México. Mas a seleção, mesmo com a mesma base que conquistou o título há quatro anos, não tinha mais seu principais jogadores no melhor nível físico e técnico. Mas ainda assim, só foram eliminados na semifinal para a Alemanha, num jogo que terminou 3x2 para os vice-campeões da última Copa. Essa foi a última partida de Charlton pela seleção, com 49 gols em 109 jogos.

Ao término da temporada 1972-1973, Bobby Charlton encerrou sua passagem pelo Manchester United, onde marcou 249 gols em 758 jogos, para assumir o cargo de jogador e técnico no Preston North End, onde ele ficou apenas até 1974, ano de sua aposentadoria do futebol aos 37 anos. Na Inglaterra, pode haver alguma dúvida se Bobby Charlton foi o maior jogador de todos os tempos, mas para o resto do mundo, não. A forma com que comandou a seleção inglesa na Copa do Mundo de 1966 ficou marcada.


No Twitter: @Gustavora17

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Mario Kempes - El Matador


Mario Kempes nasceu no dia 5 de julho de 1954, em Bell Valle, municipio da província de Córdoba. Aos 16 anos, já era destaque do pequeno Bella Ville. Mas, profissionalmente, iniciou sua carreira no Instituto, onde estreou em 1970. Ainda jovem, apenas 19 anos, foi peça importante na assenso do time à primeira divisão em 1973. Seu estilo de jogo clássico chamou a atenção do Rosario Central, atual campeão nacional naquele ano. Para contar com o futebol do jovem atacante, o clube de Rosario pagou 130 milhões de pesos, um recorde até então. Kempes ficou no clube até 1976, onde marcou 89 gols em 107 jogos, números que fazem dele o maior artilheiro da história do clube.

Foi nessa época que passou a ser chamado de "El Matador", alcunha que o seguiu por toda sua carreira. Jogando em alto nível no Rosario Central, foi convocado para a Copa do Mundo de 1974, onde disputou seis jogos e não marcou nenhum gol. A seleção num todo não foi bem. Depois de terminar em segundo lugar no Grupo 4, atrás apenas da Polônia, foi lanterna no Grupo A, onde tinha a Holanda de Cruyff e o Brasil de Rivellino.

Em 1976, foi comprado pelo Valencia, onde teve a melhor fase de sua carreira. Na sua primeira temporada, foi o artilheiro do Campeonato Espanhol, da temporada 76-77, com 24 gols em 34 jogos. Mas, mesmo com Kempes sendo o artilheiro do campeonato, o Valencia foi apenas o sétimo colocado. Mas a temporada seguinte foi ainda melhor. Foram 28 gols em 34 jogos e, de novo, foi o artilheiro do Campeonato Espanhol. Mas dessa vez, o time terminou na terceira posição, atrás apenas do campeão Real Madrid e o vice Barcelona.

Após uma temporada espetacular, chegava a hora da Copa do Mundo, que em 1978, seria disputado na Argentina, sua terra natal. Naquele momento, o país estava mergulhado nas trevas de uma ditadura comandada pelo general Jorge Videla, e o governo via na Copa um ótimo instrumento para dar alguma alegria à sofrida população.

A seleção era comandada por Cesar Luis Menotti, que montou uma seleção com estilo ofensivo, que marcava o adversário no seu próprio campo e dava liberdade ao seus volantes e laterais para apoiarem o ataque, o que não era tão comum. A seleção foi montada num 4-3-3 e Kempese era o atacante pelo lado esquerdo.

Na primeira fase, a Argentina estava no Grupo 1, que tinha Itália, França e Hungria. A Albiceleste passou em segundo lugar com quatro pontos, dois  a menos que a líder Itália. Se olharmos pelos números, Kempes decepcionou, foram três jogos e nenhum gol marcado. Na segunda fase, a Argentina caiu no Grupo B, junto com Brasil, Polônia e Peru. Nos três jogos disputado, Kempes marcou quatro gols (dois contra a Polônia e dois contra o Peru).

Depois de ficar em primeiro no Grupo B, a Argentina se classificou para a final contra a Holanda. Com o Monumental de Nuñez lotado, a Argentina não tomou conhecimento do adversário e venceu por 3x1, com direito a dois gols de Kempes, que o fez garantir a artilharia da competição com seis gols.

Após conquistar o mundo, Kempes voltou ao Valencia. Na temporada seguinte, 1978-79, não teve um rendimento tão espetacular, mas ainda assim foi bem. No Campeonato Espanhol, foram apenas 12 gols em 31 jogos, mas foi nessa temporada que conquistou seu primeiro título pelo clube: a Copa do Rei, onde marcou dois gols na final contra o Real Madrid, num Vicente Calderón lotado, com mais de 25.000 torcedores.

Na temporada seguinte, 1979-80, manteve seu alto nível na média de gols, foram 22 em 32 jogos, mas o resto do time não acompanhou seu ritmo e terminou na modesta sexta posição com 36 pontos, 17 atrás do líder e campeão Real Madrid. Mas a temporada não passou em branco em título: O time venceu o Arsenal na final da Recopa europeia nos pênaltis. Na mesma temporada, conquistou a Copa dos Campeões, vencendo o Nottingham Foreste na final de dois jogos.

Na temporada seguinte, seu números de gols caiu drasticamente no Campeonato Espanhol, foram apenas 9 12 jogos. Kempes, de titular absoluto, passou a ser reserva do uruguaio Fernando Morena, que veio contrato junto ao Rayo Vallecano naquela temporada. E justo na temporada em que Kempes passou a ser reserva, foi quando o Valencia mais chegou perto do título, ficando apenas três pontos da campeã Real Sociedad.

Em março de 1981, vendo seu rendimento cair tanto de produção, voltou para o seu país natal para jogar no River Plate. Mesmo sendo por pouco tempo, só uma temporada, foi muito bem, sendo um dos destaques no título nacional daquele ano. Kempes marcou o gol  no final contra o Ferro Carril na vitória por 1x0.

Em 1982 teria tudo para ser mais um ótimo ano pela seleção. Na Copa do Mundo daquele ano, a Argentina era colocada como uma das favoritas. Mas o time ainda treinado por Menotti, e que agora contava com Maradona, não conseguiu passar da segunda fase, sendo eliminado num grupo que tinha também Brasil e Itália, que viria a conquistar o título. Kempes atuou em todos os cinco jogos daquela campanha e não marcou nenhum gol. Aquela seleção ficou marcada pelos problemas internos - especialmente o ódio de Maradona pelo técnico Daniel Passarela - que conturbaram o ambiente.

Na temporada 82/83, já de volta ao Valencia, fez um bom campeonato individualmente, marcando 13 gols em 27 jogos. Mas no coletivo, o time não ajudou e apenas lutou contra o rebaixamento. Na temporada seguinte, no Campeonato Espanhol, amargou a reserva e jogou apenas 15 jogos e marcou 8 gols. Essa foi sua última temporada pelo clube. Foram 149 gols em 247 jogos, e até hoje é o maior artilheiro e melhor jogador da história do clube.

O final de carreira do "El Matador" foi só de decadência. Passando pelo Hércules, First Viena, Sant Pölten, Kremser, Fernando Vial e Pelita Jaya. Em 1996, iniciou sua carreira como treinador, mas não obteve sucesso. O clube de maior expressão que treinou foi o The Strongest, em 1999. Hoje, Kempes trabalha como comentarista nos canais Espn, onde está desde 2004. Em 2010, o Estádio Olímpico de Córdoba passou a se chamar Mario Alberto Kempes.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Os números dizem para Egídio continuar no time titular


O futebol brasileiro não vive a sua melhor safra, mas em algumas posições o momento é ainda mais assustador. Talvez, a principal, seja a lateral esquerda. Na seleção brasileira temos o Marcelo, mas se ele se machucar, não encontramos um substituto que entre e mantenha o mesmo nível. E se na seleção está assim, imagina nos clubes.

No Cruzeiro, o atual líder do Campeonato Brasileiro, o dono da lateral esquerda é Egídio, de 27 anos. Em toda sua carreira, foi sempre elogiado por sua qualidade no apoio, mas também era muito criticado por não saber marcar. E hoje, no Cruzeiro, continua vivendo o mesmo dilema.

No 4-2-3-1 usado pelo técnico Marcelo Oliveira, Egídio tem total liberdade para apoiar o ataque, e isso vem surtindo efeito. Egídio é o jogador com mais passes certos no time, são 841, enquanto o segundo melhor nesse quesito é o zagueiro Dedé, que tem 575 passes certos. Mas por outro lado, Egídio também é quem mais errar passes no time, são 122.

Outro número que prova a liberdade que o técnico Marcelo Oliveira dá ao lateral é: Egídio é que mais faz cruzamentos, são 27 certos e 86 errados. O lateral é o segundo com mais dribles certos no time, são 27, perdendo apenas para o meia Everton Ribeiro, que tem 53.

Defensivamente, Egídio, vem sendo um dos melhores do time. Pelo menos é o que mostram os números. No Cruzeiro, Egídio é quem mais desarma certo, são 70, contra 50 do zagueiro Dedé, o segundo nesse quesito. Mas quando não consegue desarmar, é obrigado a cometer faltas e, nesse fundamento, ele é o segundo melhor no time: são 37 faltas cometidas contra 39 do ATACANTE Luan, o primeiro colocado.

Por isso, pedir a saída dele do time é precipitado. Ainda mais se olharmos que seu reserva imediado, o Everton, que vem sofrendo com lesões e não consegue ter grandes sequências de jogos. Outra alternativa para mandar Egídio para o banco, seria improvisar o lateral direito Ceará na lateral esquerda, entrando com o jovem Mayke no lado direito, o que já aconteceu nos últimos dois jogos.

Mas analisando os números e as atuações do lateral, o poder ofensivo do time tenderia a cair com sua saída, considerando que ele é o jogador que mais acertas passes, mais acerta cruzamentos, o segundo que mais sofre faltas e o segundo que mais dribla.

sábado, 27 de julho de 2013

Real Madrid muda mentalidade


Desde 2000, na primeira temporada de Florentino Pérez, o Real Madrid ficou conhecido por contar jogadores consagrados a presos absurdos. O objetivo: fazer do Real Madrid o time mais poderosos do planeta, dentro e fora dos campos. Na sua primeira gestão, Florentino montou o time dos Galáticos, contratando jogadores como, Figo (60 milhões), Zidane (73 milhões), Ronaldo (45 milhões) e David Beckham (35 milhões). Nos últimos anos, chegaram Kaká (65 milhões) e Cristiano Ronaldo (94 milhões).

Em campo, Los Galáticos conquistaram uma Liga dos Campeões, dois campeonatos espanhóis e Mundial de clubes. Mas o maior sucesso veio fora dos campos. Com a chegada de todos esses astros, o Real passou a ganhar torcedores por todo o mundo, incluindo países da Ásia.

Hoje, o Real vem mostrando um pensamento diferente na hora das contratações. Os gastos continuam alto, mas vem sendo feita em jogadores jovens, espanhóis e oriundos da base. Das canteras, vieram Jesé, destaque do Mundial sub-20 pela Espanha, e Carvajal, lateral formado na base madrilenha, mas que se destacou no Bayer Leverkusen. Dos jogadores que chegaram a peso de ouro, estão Isco, destaque do Málaga nas últimas temporadas, e Ilarramendi, destaque da Real Sociedad e da Espanha no Euro sub-21.

INVESTIMENTO:

Isco, que custou 23 milhões de euros aos cofres madrilenhos, ganhou muita visibilidade no Málaga, clube pelo qual disputou 45 jogos e marcou 12 gols, além de ter sido eleito o melhor jogador da Euro sub-21 pela Espanha. O meia também ganhou o prêmio "Golden Boy", que é dado pela jornal italiano Tuttosport ao principal jovem destaque da Europa. Prêmio que também já foi entregue a jogadores como Alexandre Pato, Messi, Rooney e Balotelli.

Por Illarramendi, o Real pagou 32 milhões de euros, valor que, para muitos, faz o jovem de 23 anos deixar de ser uma aposta e passa a se tornar uma contratação de peso. O jovem chega como um dos destaques da Real Sociedad no último campeonato espanhol.  O jovem volante chega com status de substituto de Xabi Alonso, mas nessa sua primeira temporada deverá ficar mais na reserva e ir entrando durante os jogos.

Daniel Carvajal, revelado na base do próprio Real Madrid e vendido ao Bayer Leverkusen, em 2012, por 5 milhões de euros, foi eleito o melhor lateral direito na última edição do Campeonato Alemão - disputou 35 jogos e marcou 1 gol. E nessa janela de transferência foi contratado pelo Real Madrid por 6,5 milhões de euros. Lateral de direito seguro na defesa e ótimo no apoio ao ataque, chega para suprir uma posição carente no elenco, que era ocupada pelo limitado Arbeloa.

BASE

Contratado por empréstimo na temporada passada, Casemiro foi comprado em definitivo nessa janela de transferência por 6 milhões de euros. No São Paulo era considerado um jogador preguiçoso, mas na Espanha, é elogiado por sua entrega nos treinamentos e sua aplicação tática nos jogos.

Jesé Rodríguez, de 20 anos, deve ser a melhor revelação do Real nos últimos anos. Atacante veloz, habilidoso e de ótima finalização, foi um dos destaques do Real Madrid Castilla na temporada passada. E no Mundial sub-20, disputado na Turquia, ficou com a chuteira de bronze pelos 5 gols marcados e terceiro lugar na artilharia do torneio. Mesmo muito novo, Jesé já é considerado um craque pela dirigência do Real Madrid. A prova disso foi que, na sua renovação de contrato até 2018, o Real incluiu oma cláusula de 200 milhões de euros.

Aos 20 anos, Morata é uma das maiores apostas do Real Madrid para essa temporada. Sempre destaque na segunda e terceiro divisão do a Campeonato Espanhol, já está no elenco profissional desde a temporada passada. Com um bom porte físico, Morata é um jogador que faz bem o pivô à frente da área, mas tem qualidade para recuar e ajudar na armação das jogadas. Com a saída de Higuaín para o Napoli, deve ganhar mais oportunidades nessa temporada.

Isso só mostra que a base do Real Madrid não é tão ruim como a maioria fala. Na verdade ela é muito boa, sempre revelando jogadores de destaque, como Negredo, Mata e Soldado. O defeito do Real, era não saber aproveitar as revelações da "La Fabrica", sempre dando preferência a jogadores já consagrados a preço de ouro. Mas isso vem mudando.Se repararmos bem, o Real já vem a algum tempo apostando em jovens talentos. Di María,Özil, Khedira, Sahin e Varane são alguns exemplos de jovens apostas que o Real vem fazendo.

Para quem já pagou 25 milhões de euros em Robinho, 30 milhões no Fábio Coentrão e 24 em Walter Samuel, os investimentos nesse início vem se mostrando muito animador, mostrando que a dirigência merengue está agindo com inteligência e pensando no futuro.