História

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Mario Kempes - El Matador


Mario Kempes nasceu no dia 5 de julho de 1954, em Bell Valle, municipio da província de Córdoba. Aos 16 anos, já era destaque do pequeno Bella Ville. Mas, profissionalmente, iniciou sua carreira no Instituto, onde estreou em 1970. Ainda jovem, apenas 19 anos, foi peça importante na assenso do time à primeira divisão em 1973. Seu estilo de jogo clássico chamou a atenção do Rosario Central, atual campeão nacional naquele ano. Para contar com o futebol do jovem atacante, o clube de Rosario pagou 130 milhões de pesos, um recorde até então. Kempes ficou no clube até 1976, onde marcou 89 gols em 107 jogos, números que fazem dele o maior artilheiro da história do clube.

Foi nessa época que passou a ser chamado de "El Matador", alcunha que o seguiu por toda sua carreira. Jogando em alto nível no Rosario Central, foi convocado para a Copa do Mundo de 1974, onde disputou seis jogos e não marcou nenhum gol. A seleção num todo não foi bem. Depois de terminar em segundo lugar no Grupo 4, atrás apenas da Polônia, foi lanterna no Grupo A, onde tinha a Holanda de Cruyff e o Brasil de Rivellino.

Em 1976, foi comprado pelo Valencia, onde teve a melhor fase de sua carreira. Na sua primeira temporada, foi o artilheiro do Campeonato Espanhol, da temporada 76-77, com 24 gols em 34 jogos. Mas, mesmo com Kempes sendo o artilheiro do campeonato, o Valencia foi apenas o sétimo colocado. Mas a temporada seguinte foi ainda melhor. Foram 28 gols em 34 jogos e, de novo, foi o artilheiro do Campeonato Espanhol. Mas dessa vez, o time terminou na terceira posição, atrás apenas do campeão Real Madrid e o vice Barcelona.

Após uma temporada espetacular, chegava a hora da Copa do Mundo, que em 1978, seria disputado na Argentina, sua terra natal. Naquele momento, o país estava mergulhado nas trevas de uma ditadura comandada pelo general Jorge Videla, e o governo via na Copa um ótimo instrumento para dar alguma alegria à sofrida população.

A seleção era comandada por Cesar Luis Menotti, que montou uma seleção com estilo ofensivo, que marcava o adversário no seu próprio campo e dava liberdade ao seus volantes e laterais para apoiarem o ataque, o que não era tão comum. A seleção foi montada num 4-3-3 e Kempese era o atacante pelo lado esquerdo.

Na primeira fase, a Argentina estava no Grupo 1, que tinha Itália, França e Hungria. A Albiceleste passou em segundo lugar com quatro pontos, dois  a menos que a líder Itália. Se olharmos pelos números, Kempes decepcionou, foram três jogos e nenhum gol marcado. Na segunda fase, a Argentina caiu no Grupo B, junto com Brasil, Polônia e Peru. Nos três jogos disputado, Kempes marcou quatro gols (dois contra a Polônia e dois contra o Peru).

Depois de ficar em primeiro no Grupo B, a Argentina se classificou para a final contra a Holanda. Com o Monumental de Nuñez lotado, a Argentina não tomou conhecimento do adversário e venceu por 3x1, com direito a dois gols de Kempes, que o fez garantir a artilharia da competição com seis gols.

Após conquistar o mundo, Kempes voltou ao Valencia. Na temporada seguinte, 1978-79, não teve um rendimento tão espetacular, mas ainda assim foi bem. No Campeonato Espanhol, foram apenas 12 gols em 31 jogos, mas foi nessa temporada que conquistou seu primeiro título pelo clube: a Copa do Rei, onde marcou dois gols na final contra o Real Madrid, num Vicente Calderón lotado, com mais de 25.000 torcedores.

Na temporada seguinte, 1979-80, manteve seu alto nível na média de gols, foram 22 em 32 jogos, mas o resto do time não acompanhou seu ritmo e terminou na modesta sexta posição com 36 pontos, 17 atrás do líder e campeão Real Madrid. Mas a temporada não passou em branco em título: O time venceu o Arsenal na final da Recopa europeia nos pênaltis. Na mesma temporada, conquistou a Copa dos Campeões, vencendo o Nottingham Foreste na final de dois jogos.

Na temporada seguinte, seu números de gols caiu drasticamente no Campeonato Espanhol, foram apenas 9 12 jogos. Kempes, de titular absoluto, passou a ser reserva do uruguaio Fernando Morena, que veio contrato junto ao Rayo Vallecano naquela temporada. E justo na temporada em que Kempes passou a ser reserva, foi quando o Valencia mais chegou perto do título, ficando apenas três pontos da campeã Real Sociedad.

Em março de 1981, vendo seu rendimento cair tanto de produção, voltou para o seu país natal para jogar no River Plate. Mesmo sendo por pouco tempo, só uma temporada, foi muito bem, sendo um dos destaques no título nacional daquele ano. Kempes marcou o gol  no final contra o Ferro Carril na vitória por 1x0.

Em 1982 teria tudo para ser mais um ótimo ano pela seleção. Na Copa do Mundo daquele ano, a Argentina era colocada como uma das favoritas. Mas o time ainda treinado por Menotti, e que agora contava com Maradona, não conseguiu passar da segunda fase, sendo eliminado num grupo que tinha também Brasil e Itália, que viria a conquistar o título. Kempes atuou em todos os cinco jogos daquela campanha e não marcou nenhum gol. Aquela seleção ficou marcada pelos problemas internos - especialmente o ódio de Maradona pelo técnico Daniel Passarela - que conturbaram o ambiente.

Na temporada 82/83, já de volta ao Valencia, fez um bom campeonato individualmente, marcando 13 gols em 27 jogos. Mas no coletivo, o time não ajudou e apenas lutou contra o rebaixamento. Na temporada seguinte, no Campeonato Espanhol, amargou a reserva e jogou apenas 15 jogos e marcou 8 gols. Essa foi sua última temporada pelo clube. Foram 149 gols em 247 jogos, e até hoje é o maior artilheiro e melhor jogador da história do clube.

O final de carreira do "El Matador" foi só de decadência. Passando pelo Hércules, First Viena, Sant Pölten, Kremser, Fernando Vial e Pelita Jaya. Em 1996, iniciou sua carreira como treinador, mas não obteve sucesso. O clube de maior expressão que treinou foi o The Strongest, em 1999. Hoje, Kempes trabalha como comentarista nos canais Espn, onde está desde 2004. Em 2010, o Estádio Olímpico de Córdoba passou a se chamar Mario Alberto Kempes.

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