História

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Destaques do "Maracanazo" chileno

Foto: Emol

Nesta quarta-feira (18), o Chile venceu a Espanha por 2x0 e garantiu sua classificação às oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. Essa é a nona participação da seleção chilena em Copas do Mundo e é apenas a quarta fez que passam da primeira fase, igualando os feitos de 1962 (terceiro lugar), 1998 (oitavas de final) e 2010 (oitavas de final). 

Ao contrário da estreia contra a Austrália, em que atuou com uma linha de quatro na defesa, Sampaoli mudou a formação do time, sacando Valdivia e entrando com o zagueiro Francisco Silva, passando a atuar com três defensores, formação que deu certo durante as Eliminatórias, mas que gerou desconfiança após os últimos amistosos. 

A escalação inicial foi: Claudio Bravo; Gary Medel, Francisco Silva, Gonzalo Jara; Mauricio Isla, Marcelo Díaz, Charles Aránguiz, Eugenio Mena; Arthur Vidal; Eduardo Vargas e Alexis Sánchez

No 3-4-1-2, o Chile manteve o estilo que caracterizou a seleção durante as Eliminatórias, quando Sampaoli assumiu o comando técnico. O que mais impressionou ao público foi a marcação-pressão realizada durante toda a partida no campo de defesa adversário, obrigando a Espanha a se livrar da bola com rebatidas para o meio-campo. Nessa marcação pressão, ocorre o encaixe-individual, onde cada jogador marca alguém do time adversário e vai com ele até o final da jogada. 



Na marcação pressão do flagrante acima, a seleção chilena obriga o time a recuar a bola para o goleiro Casillas e, fechando suas opções de passe para sair jogando, o obriga a isolar a bola. Isso se repetiu durante toda a partida. 

A mudança para o 3-4-1-2, deu ao Chile a opção de abrir mais o jogo com os alas. Isla na direita e Mena pela esquerda, foram importantes válvulas de escape da também marcação espanhola. Sem a bola, ambos recompunham a linha dos três zagueiros, que virava uma linha de cinco. Ofensivamente, o ala mais acionado foi Isla, que foi importante no apoio ao atacante Sánchez pelo lado direito. Os dois juntos trocaram 13 passes, todos no campo de ataque. Na marcação, destaque para Mena responsável por 6 desarmes e líder do jogo nesse quesito. 

O primeiro gol saiu aos 20' do segundo tempo, em uma roubada de bola no campo de defesa espanhol, que teve passe de calcanhar de Vidal para Sánchez que, com extrema categoria, tocou para Aránguiz rolar para Vargas na cara do gol, driblar o goleiro Casillas, e abrir o placar no Maracanã. 

O lance do primeiro gol foi um belo exemplo do que foi o Chile na partida. Apertou a marcação no campo de ataque, tomou a bola no campo de ataque e contra-atacou em velocidade.

Aos 46' minutos da primeira etapa, Sánchez cobrou falta na entra da área, Casillas espalmou e Aránguiz, acertando um belo chute de trivela no ângulo esquerdo, ampliou o placar no Maracanã, abatendo ainda mais o time espanhol. 


No flagrante acima, o 3-4-1-2 do Chile. Nas setas pretas estão os dois alas, enquanto no circulo amarelo temos Vidal que com a ausência de Valdivia fez a função de principal armador do time. Caindo mais pelo lado direito, Vidal procurava constantemente as tabelas por aquele lado, seja com Isla ou com Sánchez, jogadores que mais receberam passe do meia. 

Na reta final do segundo tempo e com o resultado praticamente garantido, Sampaoli fez algumas substituições, mas sempre colocando jogadores da mesma posição e com características ofensivas, como quando sacou Aránguiz e colocou o jovem Gutiérrez, de 23 anos. As outras alterações foram Carmona no lugar de Vidal e Valdivia no lugar de Vargas, autor do primeiro gol. 

Subestimado por muitos, Marcelo Díaz fez uma partida monstruosa. Primeiro volante do time, é o responsável por fazer a transição entre a zaga e o meio-campo, Com apenas seis passes errados em todos o jogo, Díaz foi o meia da seleção chilena com melhor aproveitamento no passe (83%).

Um dos grandes destaques do jogo foi o zagueiro Gary Medel, que ao contrário do jogo contra a Austrália, que levou a pior em quase todas as jogadas de bola aérea, conseguiu encaixar seu jogo com o estilo do time espanhol, que dá preferência pelo toque de bola e pouco utiliza as jogadas aéreas.

Apenas Diego Costa lhe dava trabalho nas jogadas aéreas e disputas corpo a corpo. Mas mesmo contra um centroavante alto e mais forte, Medel conseguiu levar a melhor na maioria dos lances. Segundo dados do site Footstats, o zagueiro chileno realizou quatro desarmes e rebateu 18 bolas. Contra o centroavante brasileiro naturalizado espanhol, Medel ainda conseguiu ganhar dois duelos pelo alto. 

A classificação chilena às oitavas de final não é nenhuma surpresa. Quem viu a evolução que o time sofreu após a saída de Borghi do comando técnico e a chega de Sampaoli, notou a enorme mudança que o time sofreu durante esse percusso. Na próxima rodada, La Roja enfrentará a Holanda, confronto que definirá o primeiro colocado do Grupo B. Quem passar em segundo, pegará o primeiro colocado do Grupo A, que deverá ser o Brasil. E pelo histórico, o Chile deve fazer de tudo para evitar pegar os anfitriões já na próxima fase. 

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