Naquela época, o esquema mais utilizado era o 3-2-2-3, introduzido em 1925 por Hebert Chapman no Arsenal, era formado por: três zagueiros, dois médios defensivos, dois meias ofensivos e três atacantes. Em letras, o WM. O sistema era formado três zagueiros jogando em linha; dois médios defensivos, sendo um de cada lado; dois meias ofensivos; e dois pontas e um centroavante.
O 3-2-2-3 |
O centroavante Hidegkuti foi recuado para armar o jogo e abrir espaços para a entrada dos meias Kocsis e Puskas |
Gusztav Sebes também teve muita sorte em poder contar com uma geração brilhante tecnicamente, que era formada por Puskas, Czibor, Hisdegkut, Budai, Sandor Kocsis e o goleiro Gyula Grosics, o "Pantera Negra".
Querendo entrosamento, queria ver sus jogadores atuando juntos não apenas na seleção, mas também em clubes. Com isso, o governo criou o Honved (defensores da pátria, em húngaro), em 1949. No clube, jogaram Bozsik, Puskas, Lorant, Crosics, Budai e Kocsis. Atuando pelo Honved, era dever andar de farda, desfilar em paradas militares. Mas. como recompensa, não precisavam servir ao exército.
O primeiro grande show da seleção magiar, foi nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952. Cinco vitórias e uma média de quatro gols por partida. E no final, o ouro no peito. Naquele ano, foram dez vitórias, com 45 gols a favor e seis contra. Mas o jogo que ficou marcado foi a vitória por 6 a 3 sobre a Inglaterra, em Wembley, onde já podia ser visto o 4-2-4 em ação.
Na Copa do Mundo de 54, a Hungria estreou aplicando um 9 a 0 na Coreia do Sul, que levou seis dias viajando de avião até a Suíça, chegando apenas na véspera do jogo. Na segunda partida, enfrentou a Alemanha, que jogou com apenas seis titulares. O resultado? 8 a 3, fora o baile. Na terceira partida, enfrentou o Brasil, no jogo que ficou conhecido como "Batalha de Berna", onde a seleção canarinho perdeu na bola e na porrada. o jogo terminou 4 a 2 para seleção magiar.
Na semifinal, a Hungria passou pelo Uruguai, que era o atual campeão e tinha eliminado a Inglaterra na fase anterior. O jogo terminou empatado em 2 a 2 no tempo normal, sendo que a seleção celeste chegou a estar perdendo por 2 a 0. No primeiro lance da prorrogação, o Uruguai meteu uma bola na trava. Mas a Hungria continuou atacando. No segundo tempo, com dois gols de cabeça do ponta Kocsis, a Hungria espantou o que poderia ser um novo "Maracanazo" uruguaio e avançou para a final
Na final, era a vez de enfrentar a Alemanha, aquela que tinha sido goleada por 8 a 3. Com 10 minutos de jogo, parecia que a história iria se repetir. Com um gols de Puskas e outro de Czibor, a seleção magiar já vencia por 2 a 0. Mas dois minutos depois, com falha do zagueiro Zakarias, a Alemanha diminuiu com Morlock. A Hungria sentiu o gol. Aos 17 minutos, depois de cobrança de escanteio, Rahn empatou a partida. A Alemanha jogando no 3-2-2-3 conseguia se defender bem e contra-atacar com eficiência. Depois do gol de empate sofrido, a Hungria passou a atacar ainda mais, chegando a acertar dois chutes na trave do goleiro alemão Turek. Aos 38 minutos do segundo tempo, Rahn passou entre Lantos e Zakarias e bateu de direita. Era o gol da virada. Pela primeira vez na Copa, a Hungria estava em desvantagem no placar.
A derrota na final da Copa de 1954, para a Alemanha, por 3 a 2, mudou tudo. A seleção só foi perder outra partida 18 jogos depois da final. Em 1956, Sebes deixaria o comando da seleção, depois de uma derrota, em casa, para a Tchecoslováquia, por 4 a 2. A seleção acabou em 1957, quando Puskas, Czibor e Kocsis saíram do país para jogar na Espanha, seduzidos pelo dinheiro.
Na Copa do Mundo do ano seguinte, perdeu para a Suécia, aplicou 4 a 0 no México e perdeu para o País de Gales, sendo eliminado na primeira fase. Da seleção que encantou o mundo, apenas Budai, Sandor e Hudgekuti faziam parte do novo elenco, que era comandado pelo técnico Lajos Baroti.
Mesmo com a derrota, a Hungria conseguiu o que poucos conseguiram e vão conseguir: entrar para história e ser mais lembrada que o próprio campeão.
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