História

domingo, 27 de janeiro de 2013

Paolo Rossi, de vilão a herói




Conhecido como "Bambino d'Oro", Paolo Rossi foi o carrasco da seleção brasileira no estádio Sarrià, quando marcou os três gols da Itália na vitória de 3 a 2 sobre a seleção canarinho, que era a favorita para levantar a taça. Com esse feito, ele apagou a imagem do escândalo Totonero, onde foi acusado de participar de manipulação de resultados e acabou punido, tento que ficar dois anos sem entrar em campo.

O "Bambino d'Ouro" foi o grande nome da seleção italiana campeã da Copa de 1982, na Espanha.  Os brasileiros que viram essa Copa, nunca vão se esquecer dele. Nascido  no dia 23 de Janeiro de 1956, na cidade de Prato,  Paolo Rossi foi revelado na base da Juventus, mas acabou sendo emprestado ao Vicenza, onde, na temporada 1976-1977, marcou 21 gols e subiu o time para a primeira divisão. Na primeira divisão com o modesto Vicenza, ganhou visibilidade marcando 24 gols e levando o time ao vice-campeonato, o que acabou levando o jovem atacante a ser convocado para a Copa de 1978, onde marcou 3 gols e deu 2 assistências.

Emprestado pelo Vicenza ao Perugia, foi suspenso por três anos,  acusado  por saber e participar do esquema de manipulação de resultados - o Totonero, escândalo que suspendeu 17 jogadores e rebaixou Milan e Lazio para a segunda divisão. A suspensão foi reduzida para dois anos, assim, voltou para a Juventus, onde operou três vezes os meniscos, o que levou a encerrar a carreira em 23 de setembro de 1987, aos 31 anos.

Com a suspensão reduzida, Rossi voltou a jogar em 30 de abril de 1982. Disputou  três partidas e marcou um gol no título da campeã Juventus. Mesmo com números tão baixos e sem um bom preparo físico, foi convocado pelo técnico Enzo Bearzot poucos meses antes da Copa do Mundo que seria realizada na Espanha. A Azzurra chegou para a Copa com um jejum de seis vitórias, e isso aumentava a cobrança sobre a seleção e, principalmente, sobre Rossi.

Sua convocação foi bastante contestada pela torcida, imprensa e até por um companheiro de grupo, o volante Gabriele Oriali, da Internazionale, que deu uma declaração um mês antes da Copa, falando sobre a convocação de Rossi: "Nossas chances de vencer (com ele) ficam reduzidas". Mas, como Beazort manteve dez jogadores que disputaram a Copa de 78, já tinha a confiança do elenco, o que o ajudou a acabar com as brigas entre os próprios jogadores. Uma das maiores críticas da imprensa sobre técnico, foi ele não ter convocado o centroavante Roberto Pruzzo para dar uma chance a Rossi. Anos depois,  Beazort explicou o motivo de ter convocado Rossi: "Sabia que se o Rossi não estivesse na competição, eu não teria um atacante oportunista dentro da área".

Nos três primeiros jogos da Copa, a Azzurra empatou os três, onde  Rossi foi muito mal, sendo um dos que receberam mais criticas da imprensa. Na segunda fase, enfrentou a Argentina de Maradona, que tinha levado o título em 1978. A Itália venceu por 2 a 1, onde Rossi foi substituido e vaiado pela torcida,
    
A VOLTA POR CIMA 
Rossi estava sendo execrado pela imprensa e torcida italiana. Ninguém acreditava que uma seleção que venceu apenas um de quatro jogos e apresentava um futebol pouco animador, iria vencer a melhor da competição, a seleção brasileira, que tinha como destaques Zico, Falcão, Júnior, Sócrates e Cerezo. Pelo saldo de gol, o Brasil , que era treinado por Telê Santana, jogava pelo empate. Aos 4mim, depois de belo cruzamento de Cabrini pela esquerda, Rossi só teve o trabalho de mandar pro fundo das redes. Começava a volta por cima de Paolo Rossi. Aos 24mim "Pabilto" chutou de fora da área marcou mais um. Era o segundo gol italiano na segunda jogada de Rossi.. Já no segundo tempo, aos 24mim, Rossi marca de voleio o terceiro gol dele na Copa, o terceiro gol dele no jogo. A confiança da seleção italiana era muito grande antes do jogo. Fim de jogo e a Itália venceu e eliminou com um show de "Pablito' Rossi o Brasil, a melhor seleção até então da Copa. Essa derrota, ficou conhecida com "Tragédia do Sarriá".
Paolo Rossi  na vitória contra o Brasil

A partida seguinte era contra a Polônia, a mesma que foi adversária na primeira fase. Aos 18mim, lá estava ele: depois de cruzamento de Antognoni, Rossi, de dentro da pequena área só teve o trabalho de mandar a bola pro gol. Paolo Rossi tinha mesmo engrenado. Aos 34mim do segundo tempo, recebe cruzamento no segundo pau e, de cabeça, amplia o placar. Era a vaga para a final sendo garantida. Era Paolo Rossi escrevendo seu nome na história.

Depois de ser questionado, vaiado e xingado, Paolo Rossi virou o principal jogador de uma seleção que chegou até ali passando por cima da desconfiança de todos. A final, que seria disputada no Santiago Bernabéu, era contra a Alemanha, que tinha jogadores já consagrados como Paul Breitner, Fischer e Rummening e era a atual campeã da Europa.

Aos 24mim, pênalti para a Itália. Rossi pegou a bola para bater, mas Cabrini tomou a bola de suas mãos e foi bater... pra fora. Mas aos 11mim, Oriali sofreu falta. Tardelli pegou a bola e bateu rápido, tocando rápido para Gentile que chegou  a linha de fundo, cruzou pra área. Paolo Rossi, sempre ele, chegou de trás e mandou pro gol. O jogo terminou 3 a 1 para a Azzurra, que conquistava naquele momento o tri-campeonato mundial.

O "Bambino d'Ouro" terminou a Copa como artilheiro com 6 gols, sendo todos eles nos últimos 3 jogos. Sem dúvidas, o craque da Copa. Rossi, que chegou naquela Copa sendo muito contestado, mas terminou se tornando um dos maiores ídolos do povo italiano. Paolo Rossi, ainda recebeu o prêmio de melhor jogador europeu do ano.

Depois do Mundial, Rossi voltou para a Juventus, onde nunca conseguiu atuações do nível dos últimos três jogos daquela Copa. Ainda atuaria por Milan e Verona, aposentar-se em 1987 e se tornar comentarista de TV. Paolo ainda escreveu o livro "Fiz o Brasil chorar", onde tenta explicar o que aconteceu naquele 5 de julho - o dia da "Tragédia Sarriá".




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